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Mostrando postagens de 2020

Me devolve o ar!

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To sufocando em vida Sinto o aperto no meu peito É o nosso adeus, se alinhando no campo Não sei nem como explicar To te perdendo de novo Mas nunca nos tivemos aqui E ao mesmo tempo fomos tão nossos Enquanto as lágrimas molham meu rosto Me desespero e imploro para que o chão me engula agora Não aguento mais oscilar To me perdendo Não quero mais recomeçar Tá tudo tão intenso Tá tudo tão desesperador Volta aqui e me devolve o ar Não quero mais me derramar

Eu me tenho

O mais bonito do sol é que ele entende que não pode ser sempre na vida dos outros.  Por isso ele se vai de uma maneira tão bonita, porque a beleza mora no não-ter.  E eu não te tenho. Mas hoje, mais do que nunca, me tenho!

Boiar não é mergulhar

Eu pulei na piscina, mergulhei de cabeça,  gritei euforicamente algumas vezes: Pula! Pula! Pula!⠀ Mas você tem medo! - pensei. ⠀ Anda em volta da piscina, tenta enxergar o fundo, treme os beiços, finge frio, busca régua, tira a tampa do ralo, quer esvaziar para poder entrar. Mas eu já estou aqui submersa. ⠀ Você tenta pôr um pé, desconfia da temperatura.  Eu te respingo água com os dedos,  digo que a água tá boa,  você desconfia.  Estendo as mãos, você se esquiva.  Não quer minha ajuda. ⠀ Nado de um lado pro outro, tento provar em silêncio que estar aqui é bom. Brinco com a água, viro de costas fazendo charme, você não abre a boca. Nem pra dizer que entra, nem pra pedir que eu saia. Nem pra dizer que vai,  nem pra pedir que eu fique. Fico sem graça,  dou mais um mergulho. Quero esvaziar a cabeça,  encher o peito, quero boiar nos teus braços,  você põe boia nos braços. Mas meu amor, boiar não é mergulhar. Já disse, sou intensa. ⠀ E nesse ...

A possibilidade de sermos surpreendidos

Tem coisas que acontecem de repente, sem aviso prévio, e são como um presente vindo dos céus. Elas chegam no tempo certo (ou não, mas nunca por acaso), aparecem sob medida para nossas vidas, por mais que estejamos descrentes da possibilidade de sermos surpreendidos. Aceitar isso é ter muita coragem para se jogar e arriscar. Nos últimos dias um emaranhado de sentimentos fizeram morada em mim. O luto, a esperança, o alívio, o orgulho da minha coragem de não aceitar menos do que acredito que mereça, a força, o medo, a solidão, a plenitude, o vazio, a tristeza, o amor. Aos poucos os dedos frenéticos no teclado transformavam essa bagunça em esclarecimentos sobre quem sou, o que sinto, o que quero, o que depende de mim, o que é processo do outro e não posso mudar e mais que isso, qual o momento da trincheira da vida que parei alguns instantes pra te observar. E entre lágrimas de sentimentos que ainda não conseguia explicar eu entendi que é essencial termos a consciência de que tudo é tão tra...

Dói, mas é o nosso FIM

Você foi meu amor mais doce e singelo. Você foi uma brisa leve de verão. Chegou aos poucos e foi se emaranhando na minha vida e meu coração. E eu, sempre sonhadora e crente no amor, me abri, me joguei, amei. E como amei! Eu te desenhei nos meus planos. Sabia que chegaria antes mesmo de chegar. E aos poucos começou a se encaixar na minha versão livre, zen, leve. E assim nosso sonho datado em minhas memórias futuras se tornou realidade. Quanta história pra contar em Mozão? Quantos sonhos! Quantas risadas, viagens, perrengues, aprovações, parceria, amor, zelo, cuidado. Não há como negar, sou uma versão muito melhor depois de você.  Mas amar, Mozão, é também ter a coragem de ir, quando não cabemos mais em nós. E eu sei que você não entende muito do que se passa nessa minha intensa intensidade, mas entenda que as vezes não há explicação para as coisas que não são de se entender.  Estamos fechando o ciclo como começamos, com muita leveza e parceria, apesar da dor. Saiba que você vai...

Abrir a alma ao novo

Vou mostrar como sou Vou ser como posso E assim seguirei! Navegar na minha solidão Confiar na solitude E caminhar! Tive coragem de levantar da mesa Não há mais amor sendo servido Pedi a conta! Meu viver é sobre andar Sempre com quem tem coragem De sentir intensamente o que se sente E eu sinto Sinto muito Sinto demais! Sinto a liberdade tomando minha alma A angústia habitando meu coração Uma eterna dicotomia Apesar das ruínas e da morte Tudo renasce É a lei da vida e seguimos aqui, vivos Vou fazer do amor partido que somos Uma história pra contar E eu conto, escrevo e sinto mais Eis o momento de abrir a alma ao novo Por isso, hoje te deixo ir E me busco, enfim De volta!

Você vai, eu vazio!

Finais doem Recomeços curam Todo dia um novo agora, uma nova possibilidade Mas nesses dias frios algo é diferente Sinto falta do seu colo Das mãos dadas Sinto falta de você! Tenho oscilado entre não sentir nada E transbordar sentindo tudo As noites têm sido uma miscelânea De sonecas e crises de choro Talvez eu esteja anestesiada E nem sei se daria conta de lidar com tudo isso Não agora! Não assim! Ainda preciso aprender a ser vulcão, Sem ser dor, sem ser culpa Enquanto isso Fico comigo no fundo do poço até que eu desperte E enquanto você se vai, eu vazio!

Eu vou, você vai, mais fica muito da gente aqui!

Vou chorar você. Vou chorar nós. Vou chorar tudo. E então, o amor por mim me salvará. Mais uma vez! To cansada de viver assim. De viver o fim em doses intensas, cortantes e homeopáticas. Nossos caminhos se tornaram duas ruas sem saídas. Já tínhamos ido a muito tempo, mesmo que tenhamos demorado pra perceber, mesmo que tenhamos tentado não admitir. Por isso, meu amor, eu preciso ir. Te perder, pra nunca me perder. Estou aprendendo o caminho de volta pra mim mesma. Mas desejo que nesses novos processos e caminhos recalculados que você se acolha, que se ame e lembre que você ainda é a pessoa que precisa de você.  E então consiga encontrar a paz no meio desse caos. Eu vou, você vai, mais fica muito da gente aqui!

Eu vou só!

Nunca imaginei que sentiria tanta ausência num relacionamento que já me senti tão repleta, amada e feliz. Eu tinha participado de cada pedacinho dessa vida, mas nao consigo mais me imaginar nela. Expus isso fazendo uma faxina nos armários e trocando todos os móveis de lugar. Mas queria mesmo era sair quietinha, pelas portas do fundo até chegar em outro país. Porque agora, agora meu bem, não adianta mais buscarmos alternativas. Eu não pude sair correndo e estou deitada no chão, implorando pra que ele me engula. Já não sinto minha pulsação. Estou meio morta por dentro. E você sabe, merecemos mais do que isso! Não adianta ficarmos juntos por medo de sermos destruídos se partirmos. A ruptura precisa acontecer. Enquanto olho pro pôr do sol e dou mais um gole de vinho, eu me questiono até quando seguirei de cabeça erguida e preparada pra zonas infinitas de transformação. Cansa ser guerreira todo dia, quero que o mundo veja a beleza que há na minha vulnerabilidade. Abro meu diário e releio mi...

Caminho de volta pra mim

Cheguei do trabalho e me deparei com você. Mas nas prateleiras já habitava o vazio da ausência das nossas fotos. Repletas de sorrisos, conquistas e felicidade. Nossos momentos! Nas caixas empacotadas você levava suas coisas e também muito de mim. Caio no choro. E cada lágrima de orgulho da minha coragem em seguir, também me sufoca com a angústia de saber que logo irá partir. Não tem jeito, tinha que ser assim!  E dói. Mesmo sabendo no fundo que já tínhamos ido há muito tempo, mesmo que tenhamos demorado pra admitir. No meio das minhas lágrimas, seu silêncio impera. Sempre foi assim. Mas agora não posso mais focar na gente, nem em você. Estou aprendendo o caminho de volta pra mim!

Vamos transbordar

Oi, papo reto! Vem cá Para com o carro na porta do prédio e me pede pra descer Me puxa pelo pescoço Olha nos meus olhos Fala que quer ficar em mim Coloca uma música pra tocar Dirige pra sua casa Abre um vinho especial Bota uma música Deixa a luz baixinha Quero ver a Lua cheia lá fora Enche mais uma taça Muda o som Me conta um segredo Pergunte um meu Não fala mais nada Chega pertinho Sussurra no ouvido Pede pra ficar Me envolve nos braços Fecha os olhos Beija minha boca Tira minha roupa Me olha Deixa só as almas E me toma toda Vamos transbordar!

O que fica depois do fim?

A casa tá vazia. Oscilo entre angústia e liberdade. Meu nome já não está salvo na sua agenda.  É o fim. São tantas caixinhas na minha vida. Que ultimamente sinto que estou no porão. Olhando e conhecendo minhas próprias sombras.  Exausta. Assim que estou. Eu sempre tentei de contar. Mas não dá pra ficar num relacionamento Que sobrevive numa superficialidade Eu sou intensa, nunca escondi de você. Quero contar minhas dores Meus processos Meus lados sombrios. Não quero só reclamar da política e militar.  Quero que me entenda nas entranhas. Na borda e no transbordar. Será que isso foi pedir muito? Queria seus olhos me seguindo na casa, me desejando. Como eu desejava você Queria você no quarto, na sala, na mesa, na varanda, no banho No amor até o dia amanhecer Mas a gente sabe, nunca teve esse "a gente" que eu criei Lembro dos primeiros beijos Da sua sede ao pote Das mãos dadas Você chegou como um furacão  E mudou minha vida Mas agora que já não somos vendaval Não fica nem...

Não nos cabe mais, eu preciso ir! (uma nota curta de adeus)

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Abri uma garrafa de vinho e em questão de minutos virei a última gota. Em um piscar de olhos se foi um maço de cigarros, logo eu que nem fumava mais. To tentando me olhar de fora, com distanciamento de mim mesma. Mas tudo parece tão intenso e bagunçado as vezes. Já me falta discernimento do que quero ou não deixar ir, e do que preciso deixar fluir. Sexta, 20h20! Aos poucos as mensagens do trabalho vão silenciando e junto com isso todas as minhas ansiedades aqui dentro vão gritando e se escancarando na minha frente. To em casa, mas parece que a prisão da pandemia vai além disso. É uma prisão de alma. Você não percebe? Não nos cabe mais aqui! Não cabe mais sua risada. Seu café da manhã carinhoso de todos os dias. Suas conversas repetidas e superficiais. Seu beijo de estalinho. Seu toque de organização. Seu companheirismo. Seu cheiro. Não cabe nem mais suas frases otimistas de que tudo vai ficar bem, e principalmente suas angústias escancaradas, mas todas postas debaixo de um tapete que s...

Deixa fluir!

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Eu tenho pensado sobre como é importante ser mais parecida com a água. A gente não precisa ser uma fortaleza à todo instante. Precisamos só aprender mais a deixar fluir. E nesse emaranhado de sentimentos datados com outras pessoas, corremos o risco de misturar lutos e chegarmos depois nessa mesma trincheira que partimos. Mas deixemos fluir. Eu sei, você sabe! Pessoas acontecem, momentos passam. Nem nossa vida nem a do outro se tornam uma miscelânea de indiretas sobre o que passou. Por isso, precisa deixar fluir. Se somos apenas um pequeno fragmento do todo, com almas entrelaçadas e vemos isso acontecendo pouco a pouco faz parte do processo. Mesmo com outras histórias interligadas. Então é só fluir. E talvez assim possamos, ou não, ser o fluxo de água que desce entre as frestas de uma rocha e mostra que algumas rachaduras são necessárias para que a beleza nasça. E assim fluir. Eu sou intensa de tantas formas. Mas pé no chão em muitas outras. Gosto de escrever sobre os sentim...

Somos um suspiro!

Mas entre tantos suspiros que construimos o que chamamos de vida. Dentre batalhas diárias, trocas intensas e amor, somos energia. To paralisada. Como se o nó na garganta que sinto agora não fosse desatar. Sua última mensagem foi "Te amo, vou descansar". Não imaginei que ali você já se despedia... Vou te levar comigo. Com suas gargalhadas, cada vez que usar rapé, ler um coaching de fracasso, inventar códigos para falar de alguém, ver o horóscopo e os movimentos astrais da semana, acender o incenso que a gente amava ou ver um doguinho feliz na rua. A gente disse que não ia soltar a mão. Lembra? A gente tinha nossas rodas de cura, nossos vinhos, nossas risadas... Mas a vida é tão incerta.  Somos um suspiro! Sou grata por ter compartilhando tantos deles com você.  A cada chamado da vida, o coração deve estar pronto para a despedida e para o novo começo. Mas hoje, nesse segundo, o meu coração ainda chora mesmo com a certeza de que nos veremos em breve! Eu sempre te amar...

O grito mais alto ainda é suspiro

Você sempre viajante, dessa vez precisou de uma pausa forçada, para reviver.  E dos dias de ansiedade e sem calmante eu me conectei mais e mais com seu ser. O deixar ir nunca me prendeu tanto nas vontades de ficar e ressignificar.  O sol tá ardendo lá fora e enquanto a vitamina D cuida do meu corpo físico, eu transcendo pra te encontrar. Nossos encontros nunca foram datados nessa dimensão, mas nos astros eu sempre consegui te mapear. Tão simples quanto em sonhos voar. Você cogita não voltar pra esse planeta e eu sussurro no seu ouvido que te quero aqui. No seu processo de quase morte eu quem vivo de novo...minha morte, meu renascimento e me questiono "por que essa conexão toda com você?" Eu sussurro em energia para que decida sem medo, só você pode escolher! Morrer, viver, renascer, transcender. Mas seria um prazer te ver em carne e osso e estar ao seu lado no seu eterno se reescrever. 20h20, recebo mais uma mensagem sobre você. E me preparo para mais um en...

Alguns afetos demoram a fazer sentido

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Não me apaixonei por você na primeira vez em que te vi.  Essa coisa de primeira vista nunca funcionou comigo.  Mas também não foi na segunda vez ou terceira.  Eu não sei quando foi.  Quando vi eu estava sonhando com você esses dias e me conectando de outras maneiras. Foi nesse momento que percebi - alguma coisa tinha chegado.  Alguns afetos demoram fazer sentido. Ou não fazem sentido nunca.  Ou sempre fizeram e eu não me toquei.  O ponto é que não sei quando ele começou, mas apesar disso ele existe comigo e tem despertado coisas deliciosas no coração.

A gente sabe!

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A gente sabe quando encontra uma alma semelhante. A gente sabe quando conecta. A gente sabe quando algo a mais vai acontecer. E aí, a gente reconhece essência, cheiro, toque, pensamento, conexão. E é como se soubéssemos que o nosso encontro foi combinado por nossas almas, em outras dimensões. E tem tanta energia trocada nesse saber. Tem vontade, mas tem algo muito maior.  Grandeza e amor de todas formas. Tem eu. Tem você! No fundo, lá no fundinho da alma, a gente sabe!  Sem falar, sem comentar, quase como se fosse um tabu.  Simplesmentes porque trocamos de alma lavada, mas sem corpos nus. A gente sabe mas finge não saber. Até que os alinhamentos sejam ressignificados. Processos realizados. Ciclos finalizados. A gente sabe e mesmo que não fale, é bom saber. E é nas nossas grandezas, sem miudezas, que estaremos prontos para, finalmente, nos acontecer.