Sobre cheiros e memórias

Acho incrível a capacidade que o cheiro tem de nos fazer viajar. Esses dias mesmo tava andando na rua e senti o cheiro de uma amiga que não via há tempos. 

Certas vezes vem uma brisa que tem o poder de te levar até sua adolescência. Hoje fiz chá e então, no improviso resolvi fazer uma mistura que minha avó fazia, erva doce e camomila. A água borbulhando, o chá em efusão, o vapor. Aquela mistura fazia o cheiro perfeito de noite fria com a Dona Marta. 

A gente sentava na sala, comia umas torradas e ali dentro daquele espaço e xícaras cabia tudo de nós. Eu esquentava os pés nas minhas pantufas e ela a cabeça com um gorro engraçado. Tinha tanto de nós ali, que ficou gravado no aroma desse chá. 

E então o líquido clarinho passou por minha garganta e aqueceu o corpo, o coração e a alma de quem hoje, precisava de colo. E foi então que entendi uma frase que minha velhinha sempre dizia "eu estarei aqui, até quando você olhar e não me enxergar". Pois bem vó, que bom que te vejo em tudo. Obrigada pelo colo, lembrança, por aquecer minha alma e pelo chá.

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