Começo, meio e fim!


Tem quem chame de fases, ciclos, círculos, transições. Não importa como você defina, o lance é que: a vida é um constante movimento. De trabalho, amores, amigos, prazeres, dores, energias...

Tem muita gente que me questiona como eu consigo conciliar tantas tribos diferentes na vida, como consigo (mesmo chegando atrasada) prestigiar pessoas que de alguma forma mudaram algo em mim e responder todas mensagens com amor (mesmo que seja na calada da madrugada, dias depois ou mentalmente).

Confesso que: as vezes, nem eu mesma sei como consigo entregar todos os meus jobs, fazer consultoria, dar aula, praticar yoga, fazer voluntário, ouvir com atenção cada um que passa, estar com as séries em dia, ler meus livros nerds, organizar surpresas, visitar a família, acompanhar meu sobrinho crescendo e ainda manter as unhas feitas (pelo menos boa parte do tempo).

Mas teve um momento que me fez mudar, sem dúvida. Certa noite quando eu senti medo de dar um passo rumo ao desconhecido, um amigo me disse sabiamente: “Nenhum ciclo melhor começa, sem que outro acabe. Deixe ir, desapegue-se de tudo que faz mal e se foi bom, tenha gratidão”. Imediatamente dei um gole no meu vinho, como se ele fosse capaz de desatar o nó insistente que habitava na minha garganta. Fumei mais alguns cigarros, pedi a conta, e parti, dirigindo devagar e sem rumo com essa reflexão.

Quando dei por mim, parava o carro num estacionamento em frente à praia, com boa parte das respostas (e mais uma caralhada de novas perguntas) e percebi que não importava pra onde eu estava dirigindo, mas sim o que aprendi ao longo do caminho. Por exemplo, se eu tivesse escolhido uma outra estrada, poderia ter demorado mais, pagado mais pedágios e dado de cara com uma estrada esburacada. O destino final seria o mesmo, mas tudo que percorri até chegar lá, não.

Depois de molhar os pés na água salgada, eu mandei uma mensagem pro meu amigo agradecendo a presença dele naquela pedacinho da minha caminhada. E disse que entendi que os ciclos acabam em nome da felicidade. É preciso força pra desapegar, é preciso entender que a vida é mutável, que muita gente vem e vai, e que algumas, contrariando a lei da física, ficam.

Mas a história, os marcos que fazemos na timeline da vida das pessoas, a intensidade dos momentos, é o que faz a hora de encerrar ciclos ser mais leve. É o que faz olharmos pra trás satisfeitos e ser gratos pelo que construímos, e nos enchermos de energia para a construção de um novo ciclo, sabendo que a intensidade permitirá que estejamos lá completamente, numa transição eterna, com muito amor e gratidão, do começo ao fim.

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