Parou entre a porta. Ficar ou partir?
O elevador aflito esperava sua entrada. Ficar ou partir: entre falar e agir, os antônimos constantes das poucas certezas e muitas dúvidas. “O medo de me machucar”, você diz. O que seria isso, baby? Você nunca teve a intenção de fazer morada em mim. E eu, eu prometi que hoje me pegaria no colo na sua partida, porque já tinha decidido no meu coração que você não deveria ficar.
Mas quando a gente finge não existir as situações na nossa vida, a demora se faz perene. Aí eu te encontro e há sempre uma festa aqui dentro que preciso conter, fechar as janelas e me conduzir sozinha sem música de fundo.
Eu passei pelo furacão e tô olhando o que sobrou dessa casa. Por isso, pinto, bordo, escrevo. Escrevo pra me acalmar, enquanto você dorme e não percebe que saí debaixo dos seus braços. Vago pelos cômodos, como uma fantasma, brincando com as entreluzes que invadem as janelas. A dor, ela não é a casa inteira. Agora é um cômodo que vou mudar o tapete, trocar os móveis, acender outro incenso e pedir proteção. Em mim mesma, me recomeço.
Já se foi mais um cigarro de reflexão. São 3h da manhã e está frio, não sei se é mais glacial no meu corpo ou na minha alma. Congelei! Coloquei a mão no meu ventre e não tem a Aura aqui. Desaguei! Teço na minha memória tudo que me causou, pro bem e pro nem tão bem assim. Há o que quero guardar e o que prefiro não revisitar. Eu volto pra debaixo do edredon decidida a descansar as minhas feridas. Me aconchego um pouco em suas costas. Que saudade eu estava!
Entre meus dizeres tinha o prometer fingir que nada aconteceu. Me equilibrando entre meus sufocos e o retorno da minha calmaria. O meu renascimento, lembra? Tô descobrindo essa nova versão de mim, tá aí tanta estranheza.
E, meu bem, se você não sabe se fica e se quando fica iremos seguir a retomada dessa roda de hamster, é preciso que a gente anule esse afeto e deixe ir. E é isso. Nada de bonito, glamuroso ou poético. Apenas o fim, em doses nada homeopáticas, porque intensidade foi o que sempre nos definiu.
Nessa sua fuga desesperada pra se livrar de qualquer possível relação, você poderia apenas ter adentrado o elevador parado no último andar. Ali eu entenderia o recado. Porque eu não pedi pra ficar por uma noite, eu pedi pra ficar e fazer morada em mim. Se seu sentimento e coragem não lhe são suficientes para sua confusão sanar, só aperta o botão do térreo e vai. Meu tempo de espera acabou. Eu disse que acordaria e fingiria que nada tinha acontecido por aqui. Bye! Bye!
Mas aí eu acordo, te vejo através de telas dias depois e adivinha só: a saudade voltou. A gente pode fazer só mais um dia de hiato e viver essa ela? Amanhã é outro dia e pensamos como organizamos essa bagunça interna. Porque agora, agora eu só quero te beijar tranquilo e te sentir dentro de mim. Muda a rota e vem pra casa. Te espero na sacada. Não racionaliza mais o que digo. Só sente no coração e me diz: você vem?
Mas quando a gente finge não existir as situações na nossa vida, a demora se faz perene. Aí eu te encontro e há sempre uma festa aqui dentro que preciso conter, fechar as janelas e me conduzir sozinha sem música de fundo.
Eu passei pelo furacão e tô olhando o que sobrou dessa casa. Por isso, pinto, bordo, escrevo. Escrevo pra me acalmar, enquanto você dorme e não percebe que saí debaixo dos seus braços. Vago pelos cômodos, como uma fantasma, brincando com as entreluzes que invadem as janelas. A dor, ela não é a casa inteira. Agora é um cômodo que vou mudar o tapete, trocar os móveis, acender outro incenso e pedir proteção. Em mim mesma, me recomeço.
Já se foi mais um cigarro de reflexão. São 3h da manhã e está frio, não sei se é mais glacial no meu corpo ou na minha alma. Congelei! Coloquei a mão no meu ventre e não tem a Aura aqui. Desaguei! Teço na minha memória tudo que me causou, pro bem e pro nem tão bem assim. Há o que quero guardar e o que prefiro não revisitar. Eu volto pra debaixo do edredon decidida a descansar as minhas feridas. Me aconchego um pouco em suas costas. Que saudade eu estava!
Entre meus dizeres tinha o prometer fingir que nada aconteceu. Me equilibrando entre meus sufocos e o retorno da minha calmaria. O meu renascimento, lembra? Tô descobrindo essa nova versão de mim, tá aí tanta estranheza.
E, meu bem, se você não sabe se fica e se quando fica iremos seguir a retomada dessa roda de hamster, é preciso que a gente anule esse afeto e deixe ir. E é isso. Nada de bonito, glamuroso ou poético. Apenas o fim, em doses nada homeopáticas, porque intensidade foi o que sempre nos definiu.
Nessa sua fuga desesperada pra se livrar de qualquer possível relação, você poderia apenas ter adentrado o elevador parado no último andar. Ali eu entenderia o recado. Porque eu não pedi pra ficar por uma noite, eu pedi pra ficar e fazer morada em mim. Se seu sentimento e coragem não lhe são suficientes para sua confusão sanar, só aperta o botão do térreo e vai. Meu tempo de espera acabou. Eu disse que acordaria e fingiria que nada tinha acontecido por aqui. Bye! Bye!
Mas aí eu acordo, te vejo através de telas dias depois e adivinha só: a saudade voltou. A gente pode fazer só mais um dia de hiato e viver essa ela? Amanhã é outro dia e pensamos como organizamos essa bagunça interna. Porque agora, agora eu só quero te beijar tranquilo e te sentir dentro de mim. Muda a rota e vem pra casa. Te espero na sacada. Não racionaliza mais o que digo. Só sente no coração e me diz: você vem?
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