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Mostrando postagens de agosto, 2020

Abrir a alma ao novo

Vou mostrar como sou Vou ser como posso E assim seguirei! Navegar na minha solidão Confiar na solitude E caminhar! Tive coragem de levantar da mesa Não há mais amor sendo servido Pedi a conta! Meu viver é sobre andar Sempre com quem tem coragem De sentir intensamente o que se sente E eu sinto Sinto muito Sinto demais! Sinto a liberdade tomando minha alma A angústia habitando meu coração Uma eterna dicotomia Apesar das ruínas e da morte Tudo renasce É a lei da vida e seguimos aqui, vivos Vou fazer do amor partido que somos Uma história pra contar E eu conto, escrevo e sinto mais Eis o momento de abrir a alma ao novo Por isso, hoje te deixo ir E me busco, enfim De volta!

Você vai, eu vazio!

Finais doem Recomeços curam Todo dia um novo agora, uma nova possibilidade Mas nesses dias frios algo é diferente Sinto falta do seu colo Das mãos dadas Sinto falta de você! Tenho oscilado entre não sentir nada E transbordar sentindo tudo As noites têm sido uma miscelânea De sonecas e crises de choro Talvez eu esteja anestesiada E nem sei se daria conta de lidar com tudo isso Não agora! Não assim! Ainda preciso aprender a ser vulcão, Sem ser dor, sem ser culpa Enquanto isso Fico comigo no fundo do poço até que eu desperte E enquanto você se vai, eu vazio!

Eu vou, você vai, mais fica muito da gente aqui!

Vou chorar você. Vou chorar nós. Vou chorar tudo. E então, o amor por mim me salvará. Mais uma vez! To cansada de viver assim. De viver o fim em doses intensas, cortantes e homeopáticas. Nossos caminhos se tornaram duas ruas sem saídas. Já tínhamos ido a muito tempo, mesmo que tenhamos demorado pra perceber, mesmo que tenhamos tentado não admitir. Por isso, meu amor, eu preciso ir. Te perder, pra nunca me perder. Estou aprendendo o caminho de volta pra mim mesma. Mas desejo que nesses novos processos e caminhos recalculados que você se acolha, que se ame e lembre que você ainda é a pessoa que precisa de você.  E então consiga encontrar a paz no meio desse caos. Eu vou, você vai, mais fica muito da gente aqui!

Eu vou só!

Nunca imaginei que sentiria tanta ausência num relacionamento que já me senti tão repleta, amada e feliz. Eu tinha participado de cada pedacinho dessa vida, mas nao consigo mais me imaginar nela. Expus isso fazendo uma faxina nos armários e trocando todos os móveis de lugar. Mas queria mesmo era sair quietinha, pelas portas do fundo até chegar em outro país. Porque agora, agora meu bem, não adianta mais buscarmos alternativas. Eu não pude sair correndo e estou deitada no chão, implorando pra que ele me engula. Já não sinto minha pulsação. Estou meio morta por dentro. E você sabe, merecemos mais do que isso! Não adianta ficarmos juntos por medo de sermos destruídos se partirmos. A ruptura precisa acontecer. Enquanto olho pro pôr do sol e dou mais um gole de vinho, eu me questiono até quando seguirei de cabeça erguida e preparada pra zonas infinitas de transformação. Cansa ser guerreira todo dia, quero que o mundo veja a beleza que há na minha vulnerabilidade. Abro meu diário e releio mi...

Caminho de volta pra mim

Cheguei do trabalho e me deparei com você. Mas nas prateleiras já habitava o vazio da ausência das nossas fotos. Repletas de sorrisos, conquistas e felicidade. Nossos momentos! Nas caixas empacotadas você levava suas coisas e também muito de mim. Caio no choro. E cada lágrima de orgulho da minha coragem em seguir, também me sufoca com a angústia de saber que logo irá partir. Não tem jeito, tinha que ser assim!  E dói. Mesmo sabendo no fundo que já tínhamos ido há muito tempo, mesmo que tenhamos demorado pra admitir. No meio das minhas lágrimas, seu silêncio impera. Sempre foi assim. Mas agora não posso mais focar na gente, nem em você. Estou aprendendo o caminho de volta pra mim!

Vamos transbordar

Oi, papo reto! Vem cá Para com o carro na porta do prédio e me pede pra descer Me puxa pelo pescoço Olha nos meus olhos Fala que quer ficar em mim Coloca uma música pra tocar Dirige pra sua casa Abre um vinho especial Bota uma música Deixa a luz baixinha Quero ver a Lua cheia lá fora Enche mais uma taça Muda o som Me conta um segredo Pergunte um meu Não fala mais nada Chega pertinho Sussurra no ouvido Pede pra ficar Me envolve nos braços Fecha os olhos Beija minha boca Tira minha roupa Me olha Deixa só as almas E me toma toda Vamos transbordar!

O que fica depois do fim?

A casa tá vazia. Oscilo entre angústia e liberdade. Meu nome já não está salvo na sua agenda.  É o fim. São tantas caixinhas na minha vida. Que ultimamente sinto que estou no porão. Olhando e conhecendo minhas próprias sombras.  Exausta. Assim que estou. Eu sempre tentei de contar. Mas não dá pra ficar num relacionamento Que sobrevive numa superficialidade Eu sou intensa, nunca escondi de você. Quero contar minhas dores Meus processos Meus lados sombrios. Não quero só reclamar da política e militar.  Quero que me entenda nas entranhas. Na borda e no transbordar. Será que isso foi pedir muito? Queria seus olhos me seguindo na casa, me desejando. Como eu desejava você Queria você no quarto, na sala, na mesa, na varanda, no banho No amor até o dia amanhecer Mas a gente sabe, nunca teve esse "a gente" que eu criei Lembro dos primeiros beijos Da sua sede ao pote Das mãos dadas Você chegou como um furacão  E mudou minha vida Mas agora que já não somos vendaval Não fica nem...

Não nos cabe mais, eu preciso ir! (uma nota curta de adeus)

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Abri uma garrafa de vinho e em questão de minutos virei a última gota. Em um piscar de olhos se foi um maço de cigarros, logo eu que nem fumava mais. To tentando me olhar de fora, com distanciamento de mim mesma. Mas tudo parece tão intenso e bagunçado as vezes. Já me falta discernimento do que quero ou não deixar ir, e do que preciso deixar fluir. Sexta, 20h20! Aos poucos as mensagens do trabalho vão silenciando e junto com isso todas as minhas ansiedades aqui dentro vão gritando e se escancarando na minha frente. To em casa, mas parece que a prisão da pandemia vai além disso. É uma prisão de alma. Você não percebe? Não nos cabe mais aqui! Não cabe mais sua risada. Seu café da manhã carinhoso de todos os dias. Suas conversas repetidas e superficiais. Seu beijo de estalinho. Seu toque de organização. Seu companheirismo. Seu cheiro. Não cabe nem mais suas frases otimistas de que tudo vai ficar bem, e principalmente suas angústias escancaradas, mas todas postas debaixo de um tapete que s...