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Mostrando postagens de outubro, 2023

Não vou me abreviar

Me despeço do pouco de vc   Tem gente que faz pontes   Trincheiras passageiras   Foi rápido e intenso Assustador, como vc repetiu tantas vezes  Sinto como se eu tivesse entrado  num foguete e nem percebi como  tinha chegado lá  E foi bom te descobrir  Muito bom! E ao tentar te adentrar, Eu mais me adentrava  Pontos comuns na jornada Já percebi o que teria que cobrar  Relação amorosa não é acaso É escolha bem feita  Não dá pra negociar coisas  que são inegociáveis, percebe? Tenho observado nossas trocas  E você fala da gente no passado  Eu quero compartilhar os detalhes do dia com você, até perceber que do outro lado só tenho incógnitas.  A mesma coisa que me atraiu Também é o que aos poucos foi me afastando  Não sou mais adolescente para adivinhar mistérios  Reciprocidade não é o máximo, é o mínimo  Observei e decidi se quero fazer morada Ou não aqui. Vou embora, não insisto energia aonde prec...

Me sinto um clichê

Ora agradeço a magia e leveza de ser desimportante, ora lamento como a maior das vítimas do mundo o fato dele não parar toda vez que eu quebro. Início da semana passada eu amava o passar das horas pela beleza que isso me trazia, pelos roteiros planejados, cheiro de maresia, pé ansioso por trilha, gosto de beijo molhado a se encontrar, nosso samba tocando ao fundo. Hoje, eu acordei envolta de sangue, me rasgando a alma e sufocando meu corpo. Eu não consegui agradecer por nada. Nem mesmo as orquídeas novas que brotaram no quintal. Agora eu as julgo deselegantes por não pararem pra me esperar, nem meu tempo, nem minha dor. Como pode se escancarar linda de vida, enquanto eu me morro lentamente?   O mundo não pára para que eu possa me consertar. Queria pegar carona numa estrela cadente pra um mundo distante sem hora pra voltar. Eu tinha só onze quando minha mãe se foi, dezessete na partida do meu pai. Isso significa que venho cuidando de mim há muito tempo. E agora, talvez, eu preciso q...

Autorretrato

Depois de você, Aura Duas versões minhas nasceram A que levanta passa batom e vai pro mundo  A que faz arte com a dor e se liberta  Nunca me senti tão estranha e sem encaixe  nesse mundo  Um corpo e alma sangrando Meu auto-retrato não tem um coração  Mas ele chora seu vazio  Duas faces minhas me suportando  Pq sozinha, sozinha eu não conseguiria  Já me basta viver esse luto sem colo e só  O vermelho intenso cor de sangue  e o preto do meu mais profundo abismo,  tudo isso coexistindo e revelando  o furacão que habita agora em mim