Beijo, até logo!

Gatinho, psiu?! Acabou? Assim sem beijo de despedida, sem entrelinhas e adeus? Acabou como começou? Do nada, uma desapercebida loucura que te faz viajar de extremo à extremo da cidade, que te revira do avesso, te faz virar a noite e PUF, passa rapidamente como um furacão e depois deixa a calmaria se estabelecer novamente.

Não há frio na barriga, não há mensagens suas no meu celular e você já não aparece em primeiro na minha lista, e com certeza eu também não sou a primeira aí. Você parte e leva um pedaço de mim, e eu fico em paz, mas leve e descontraída, enfim.

As sextas e sábados estão de volta pra minha agenda, sempre lotada, que eu ignorei por um tempo, pra te pertencer. Todas as falas, risadas e lágrimas não foram ensaiadas, era só isso, tinha que acontecer.

E sabe, vou te confessar que fico feliz por ter me entregado sem nenhum medo, por ter me transformado, trocado e ter exposto nas linhas todo meu sentimento. Deixei tudo escancarado, nu, descarado e da forma mais sincera possível. Recíproco ou não, o processo foi mais meu que seu, ou não, espero que também tenha mexido algo em você.

Eu sou muitas certezas e acasos, e rapidamente eu me incomodaria com a sua moradia em cima do muro. Sua chegada trouxe muito à tona de quem sou, e tá mais do que claro que não sei mesmo ser metade, sou laranja inteira, só sei transbordar.

Obrigada por todos acordes, por me permitir te fotografar mentalmente tantas vezes, por beber e se declarar, por fazer cócegas imaginárias, por me fazer rir até a barriga doer, por dançar num ritmo só nosso, por inventar receitas rápidas e deliciosas.

Obrigada pelas trocas, por me acessar via você, por me permitir sentir nossa ligação iniciada em tantas outras vivências, por ser colo, cafuné, ombro pra dormir e uma infindável cores de energias.

Obrigada por acender incensos, pelas medicinas trocadas, pela sinceridade, pelas confidências, por deixar tudo escancarado, por me chamar de cara, por amar muito chocolate e não me fazer ter peso na consciência.

Obrigada por me ler nas entrelinhas, pela nossa comunicação falha, pela empolgação em ouvir meus devaneios, pelos beijos deliciosos, pelo amor, pela confiança, pelas centenas de cliques. Obrigada pela chegada e pela partida de um coração. Você vai, eu vou, mas a gente fica.

Fica enquanto tem carinho, enquanto a vida permite, enquanto ainda tem troca, enquanto tiver de ser, enquanto tiver parceria. Saiba que não importa o tempo, foi suficiente para não me esquecer e pra relembrar que estou mais viva do que poderia imaginar. Continuo na caminhada, sendo uma atenciosa observadora da espécie humana e pronta pra trocas tão incríveis e sinceras como a nossa. Um beijo e até logo!