Eu dança, você música. Isso me inspira!
Cinco horas de estrada, uma caralhada de mensagens trocadas e pronto, lá estávamos você e eu. E de novo me veio à cabeça àquela frase que a gente sempre usa: “que coisa louca”. Há menos de um mês não fazíamos parte da vida um do outro, e de repente estávamos ali, numa viagem que aceitei seguindo meu coração.
Após sua ligação não quis mais conferir se o Rio de Janeiro continua lindo, não cogitei ver as pessoas mais belas em Floripa e nem a cervejada que tava rolando em outra praia perto dali. Fui pra passar o dia, e passei dias. E agora que já passou a ressaca da quarta de cinzas vou te contar o por quê.
Você foi inspiração nesses dias sem canseira, desde as opções vegetarianas rolando no cardápio do seu tão comentado churras, até o jeitinho que dedilhava cada acorde do violão. E nem importava o som que tocava, tinha alma sua em cada canção.
Te observei por entre linhas, disfarçando por trás dos óculos escuros. Reparei em como sua mão é bonita e como seu olhar muda quando falo de um assunto que gosta. Não vou negar, me envergonhei em dançar um axé e mostrar pra você que minha alma é tão flexível que é capaz de se divertir em qualquer dança.
Na areia da praia, naquela noite em que uma capa de nuvens insistia em esconder as estrelas, eu pedi para o universo me ajudar a te mostrar tudo aquilo e no meio da imensidão de paz que sentia, fiz questão de abrir minha bolha (sempre tão inacessível) e te colocar um pouquinho ali dentro. Como se fosse o único jeito de dividir isso com você, como se eu não tocasse seu corpo, mas pudesse sentir sua alma.
E eu cheguei nesse intuito, de te mostrar que a vida pode ser muito mais intensa e deliciosa, e que se abrir pode te colocar diante de possibilidades incríveis (apesar de não palpáveis). Te senti como nunca, desde o momento da minha ida, onde mentalizei com todas as forças o Sol brilhar sob você, até a nossa despedida, quando você bateu a porta do carro e partiu.
Como já escrevi outras vezes, não sei como, mas de alguma forma já esperava sua chegada. E pode ser que seja uma amizade, ou algo a mais, confuso dizer isso quando afirmo que mal sei paquerar, e você assume que mal sabe ler os sinais (muitos risos nesse momento).
Mas, que coisa louca, não?! Eu disse antes de dar boa noite, que tinha que compartilhar algumas inspirações. Mas ao mesmo tempo que me inspira à escrever, você consegue me deixar sem palavras, extasiada.
Sim, você nem imagina o quão difícil foi rascunhar um desses meus textos complexos, quando eu só queria me dedicar a falar da sua simplicidade e como isso tem me inspirado. Imagino que ao chegar nessa parte desse emaranhado de palavras você me ache louca e temo até que pense em se afastar de mim.
Mas olha, você sabe do ponto da minha caminhada, do que tenho enfrentado e que nada é muito certeiro mais na minha vida. E a única coisa que prometi pra mim, na virada desse ano, é que viveria toda minha intensidade, iria para onde levasse meu coração e mais que isso, respeitaria todos meus sentimentos. E não te contar todas essas demasiadas loucuras seria uma traição comigo.
Então, gratidão por sua chegada, e independente do lado daí rolar algo à mais ou for só uma amizade, desejo que não sinta o sabor da sua partida. Anseio apenas que eu possa contar mil verdades e garanto que um olhar calmante jamais fugirá dos teus olhos nesses momentos e poderei eclipsar em outras linhas tudo isso que me inspira aqui dentro. Enfim, que eu continue dançando no compasso das notas que você toca em vida.
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