Até que um dia acabe!
Tem dias que eu acordo e parece que arrancaram um pedaço de
mim. Olho pro lado e a outra metade da cama continua arrumada, numa tentativa
quase que louca de não ocupar o seu espaço.
Eu senti saudades todos esses dias, mas aí eu fingi que não
lembrava seu número. Apaguei nossa última conversa e mantive apenas aquelas
mensagens grosseiras que me mandou numa madrugada de quinta.
Meu amor, quantas vezes eu disse que você foi e que eu iria
também. O que eu não contava é que a vida colocaria a gente, novamente, na
mesma rua, na mesma direção.
Sentir seu abraço apertado e trêmulo na beira daquela
piscina, naquele espetáculo onde a plateia torcia mais do que eu e você, mexeu
na profundeza das minhas entranhas e mais do que isso, na raiz do meu coração.
O toque da sua mão reacendeu o que a minha alma achava que
estava apagado, esquecido, acabado. E foi quando percebi que você não passou
ainda, eu apenas aprendi a viver sem você, eu apenas adormeci o amor e a dor.
Por isso, se eu sentir saudades de novo não vou mais olhar
no celular. Até tirei a “última visualização” do whatsapp pra não me torturar
querendo descobrir o que você está fazendo online, às 3h da manhã de uma sexta
quente.
E se a saudade insistir mais um pouco eu vou fingir que não
sei onde mora e dar mais um gole no meu tão companheiro vinho. Ou melhor, vou fingir
que você mudou de cidade, que foi embora e que dessa vez foi pra sempre!
E quando ela apertar daquele jeito insuportável, que dói no
peito e na alma e a gente acha que não pode mais aguentar, eu vou fingir que
consigo me controlar.
Porque no fundo sabemos, que o nosso amor não foi capaz de enfrentar
a gente. Nós perdemos a luta contra nós mesmos e infelizmente, só esse tal de amor não sustenta nenhuma relação.
A gente já tentou isso outras vezes e não deu certo. A gente
já se machucou, a gente já sofreu e não adianta mais dar murro em ponta de
faca. Por isso, eu vou fingindo que acabou, até que um dia, quem
sabe com muita sorte, acabe!
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