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Parar de sentir

Dizer que quem ama de verdade não sente atração por outra pessoa é mais ou menos a mesma coisa que dizer que quando começamos um relacionamento sério nós perdemos os sentidos. Como se assim que você assumisse um namoro todas as pessoas ao seu redor se tornassem borrões preto e branco que falam ruídos ininteligíveis (quem aí viu o episódio “White Christmas” de Black Mirror, sim, é exatamente como aquilo). Como se a força do amor te cegasse para o mundo exterior. E isso simplesmente não faz nenhum sentido. É claro que existe aquele início de namoro, aquela fase delicinha, em que você só quer saber da outra pessoa e aí realmente não tem olhos para mais ninguém (inclusive é aquela fase em que algumas pessoas esquecem dos amigos, da família, do almoço de domingo e dos barzinhos de sexta-feira e só quer saber de estar com o novo amor). Mas quando essa lua de mel termina você começa a olhar para os lados (não com más intenções, mas apenas porque você tem olhos). Você volta a sair com os ...

Não se traía!

Desisto de procurar sinais nas entrelinhas. Afinal nossas intenções já estão implícitas. Todas lá, desenhadas, detalhadas, preenchidas. Alinhando expectativas, vontades secretas, intensos desejos e implorando que suas confissões sejam editadas, rasuradas, soletradas, apagadas. Se eu contasse para amigas certamente ouviria que estou na caminho errado. Mas hoje tenho consciência que esse é meu próprio caminho. E que fugir do que sinto e desejo é também me trair. 

Magnetismo

Sexo é conexão. Conexão é diálogo. E me perdoe as palavras de baixo calão, mas sexo sem conexão é tipo ciririca ou punheta.  Eu gosto de carinho magnético, que vira tesão, que vira intensidade nessa minha ânsia louca e calma de viver a vida.  Contar sobre o que e como se quer é mais difícil do que o sexo em sim. É entregar primeiro a alma, os detalhes, para só então se permitir tocar. Nas minhas notas mentais, colei tantos post-its imaginários onde escrevia “só vai”, que decidi seguir o último conselho mais racional e continuar fingindo demência.  Mas aí, te vi no corredor. Balbuciei rapidamente que queria uma cerveja. Você manda mensagem perguntando uma coisa qualquer e de repente transforma desejos adormecidos em vontade, sorriso de canto de boca, curiosidade e tesão.  Rapidamente, e quase que em um conflito interno mental, eu rabisco palavras. Rabisco as perguntas que quero fazer. Rabisco teu corpo na minha mente. Te toco explorando cada parte...