Pronto, falei, tô aliviada!

Sou daquelas que acredita que a vida é feita de ciclos, e que tudo tem começo, meio e fim. É tanta gente que entra na nossa vida, tantos amigos que vem e vão, os peguetes, o trabalho, a proximidade e distância da família e até aquela bolsa que você ama, usa incansavelmente e depois ela deixa de ser uma opção. Em momentos assim eu percebo que evolui e que a força que corre nas minhas veias nunca se fez tão presente. Sim, a vida bate, ela te coloca de joelhos, mas se levantar tem que ser cada vez menos difícil. É mais ou menos, como se a gente fosse ficando calejada, mas digo calejada no bom sentido da palavra, calejada no sentido de evolução. Lembro que quando menina amava brincar de bolhas de sabão. Havia vezes que olhava triste para as pequenas bolhas e que precisava deixá-las sumir no tempo para dar espaço às novas. Com o tempo fui aprendendo a fazer bolhas enormes, mais bonitas e duradouras. E os ciclos assim como aquelas bolhas, são pequenos ou enormes e bonitos. O...

E depois que a gente se separa a vida abre um leque de opções. Já fiquei embasbacada com festas estranhas, fui tomar uma cerveja e voltei só quando o dia nasceu, dancei na chuva, entrei no mar gelado, fiz trilhas longas, dei risada a noite inteira com um desconhecido e fiz o que deu na telha. Preciso dizer que me amei como nunca depois de você. Sai de tênis, fiquei domingos inteiros vendo minhas temporadas preferidas no Netflix, fiz cardápios requintados e não me importei em não cozinhar no dia que só queria um pão na chapa ou um salvador miojo. Tive meus dias extremos, de imensa felicidade, de uma saudade doída que nem sei mais do que, de cantar mentalmente o dia inteiro “foda-se”. É, preciso dizer que depois de você eu fui mais eu. Ouço mais reggae no meu carro, pego estradas sem me preocupar com o caminho e não marco mais compromissos com um século de antecedência. Eu sou menos sistemática sem você. E engraçado que era você quem cantava “deixa a vida me levar”. ...